"Você têm que sonhar antes que seus sonhos possam tornar-se reais." (Abdul Kalam)

Sonhar: Ardentemente; Amar:Intensamente; Edificar: para a Glória de Deus!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

A arte de escrever


           
    Escrever é produzir comunicação através da emissão de idéias sobre um determinado assunto, ou posso apenas dizer que escrever é comunicar. E segundo Bárbara Tuchman (historiadora norte-americana), tenho que fazê-lo de modo a encantar o leitor e a tornar um assunto tão cativante e emocionante para ele quanto é para mim, que escrevo. Claro, que como leitora eu já sabia disso.

      Agora, como leiga na arte de escrever, sempre achei que quanto maior um texto, mais informação eu levaria ao meu leitor. Ledo engano. Devo escrever somente aquilo que dê sentido, que seja essencial e rejeitar o irrelevante. Colocar tudo em um texto é simples e fácil. O difícil é enxugá-lo. O produto final é resultado do que escolhi incluir e daquilo que deixei de lado. 

          Pascal (matemático e físico, criador da calculadora mecânica) terminou uma carta de 4 páginas a um amigo dizendo: “desculpe-me tê-lo cansado com uma carta tão longa, mas não tinha tempo para escrever-lhe uma carta breve”.

         Ler, como escrever, é o maior dom com que o homem se dotou, por meio do qual podemos realizar viagens ilimitadas. Ler possui uma sedução interminável. Escrever, pelo contrário, é um trabalho pesado. É preciso sentar-se numa cadeira, pensar e transformar o pensamento em frases legíveis, atraentes, interessantes, que tenham sentido e que façam o leitor prosseguir. É trabalhoso, lento, por vezes penoso, por vezes uma agonia. Significa reorganizar, rever, acrescentar, cortar, reescrever. Mas provoca uma animação, quase um êxtase, um momento no Olimpo! Em suma, é um ato de criação!
       


Posso dizer que estou nesse momento de êxtase total, e não vejo a hora de colocar aqui no blog trechos de algumas historinhas que tenho escrito. 
          


   Adorei essa analogia feita por Graciliano Ramos:

"Deve-se escrever da mesma maneira como as lavadeiras lá de Alagoas fazem seu ofício. Elas começam com uma primeira lavada, molham a roupa suja na beira da lagoa ou do riacho, torcem o pano, molham-no novamente, voltam a torcer. Colocam o anil, ensaboam e torcem uma, duas vezes.

Depois enxáguam, dão mais uma molhada, agora jogando a água com a mão. Batem o pano na laje ou na pedra limpa, e dão mais uma torcida e mais outra, torcem até não pingar do pano uma só gota.

Somente depois de feito tudo isso é que elas dependuram a roupa lavada na corda ou no varal, para secar. Pois quem se mete a escrever devia fazer a mesma coisa. A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer."


Graciliano Ramos


Baseado no texto de Fernando Nogueira da Costa, Professor Associado do IE-UNICAMP.
 
 
 




                       
Bom fim de semana!!!!

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